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14:17 // 0 comentários // Manuel da Gaita // Category: //Ao contrário do Mundo Novo, as cidades na Europa surgiram de forma natural: de um pequeno aglomerado populacional de sucesso, construía-se a perifericamente a partir de um ponto central. Eventualmente, o ponto central podia ser desviado em função da construção de uma infra-estrutura.
Claro que existem excepções a esta regra: vilas e cidades que se desenvolveram a partir de um dinamismo do Governo Central, de interesses estratégicos militares, etc. Mas a regra não é essa, e ainda hoje se nota em pequenos pormenores: Já reparam que os aglomerados urbanos principais se localizam sempre a norte de um ria quando este separa uma zona populacional? Vejamos: Porto e Gaia, Lisboa e Almada, a margem sul e norte da cidade de Coimbra, da Figueira da Foz, etc. Eu penso que tal fenómeno se justifica tendo em conta a expansão lusitana, que os rios serviam de fronteira até ao próximo rio mais a Sul.
Até há pouco mais de 30 anos, o centro geográfico da cidade era o centro económico e demográfico desse mesmo aglomerado urbano, mas entretanto, essa preponderância do centro geográfico perdeu protagonismo. Hoje vemos cidades com centros históricos abandonados, sem comércio ou serviços, sem população a não serem velhos e com altos índices de pequena criminalidade. Hoje em dia não é seguro circular a pé no centro de uma cidade portuguesa.
Quais são os argumentos para tal mudança? Penso que essencialmente vivia-se num período em que se pensava que cada mulher portuguesa continuaria a assegurar o nascimento de quatro ou cinco filhos e que valeria a pena continuar a construir prédios e habitações por mais remotas que fossem do centro urbano. Depois, era muito mais fácil e barato construir nas periferias: Não existiam barreiras arquitectónicas, proibições e podia-se construir em altura. A pouco e pouco, as zonas periféricas ofereciam mais qualidade de vida do que as zonas centrais e começou a existir uma dinâmica de movimentação para zonas ligeiramente mais periféricas.
Para ajudar à festa, as autarquias cobram muito mais taxas e impostos com fogos novos do que pela reconstrução e requalificação dos antigos. Creio que todos estão a perceber o esquema! Para quem não percebeu, eu vou explicar: é claro que as autarquias têm muito mais interesse económico em que se construa novo, em novas zonas loteadas, muito mais interesse do que dar licença de reconstrução a uma merda de uma casa que está a cair de podre no centro da cidade.
Dado que a população não aumentou, registou-se apenas uma notória transferência de população do centro para as periferias, resultando declínio populacional dos centros históricos. À primeira vista parece que “nada se perde, nada se ganha, tudo se tranforma”, mas no que respeita ao urbanismo, a lei de Lavoisier não se aplica: para além de danos irreparáveis no património histórico e arquitectónico com esta mudança, a médio prazo a mudança da centralidade de uma cidade acarreta desafios financeiros e económicos de vulto: Se haviam 3 escolas primárias no centro da cidade, vão ter que se construir mais duas escolas na periferia. E quem diz escolas, diz centros de saúde e outros serviços de apoio ao cidadão. Na verdade, o Estado vê-se obrigado a investir o dobro ou o triplo para satisfazer as necessidades de outrora. Nunca tinham pensado nisso? Sempre que há um novo bairro há necessidade de uma nova escola, sem que a população no aglomerado urbano aumente. E é assim!
Soluções? Não existem muitas soluções, pelo menos eu não me estou a lembrar de nenhuma! O pessoal das “Baixas” das cidades pagam rendas tão pequenas que nem dá para os senhorios pagarem os impostos dessas mesmas casas, quanto mais obras. Isso é que era bom. Os comerciantes da zona da Baixa ocupam os andares dos prédios com caixotes vazios à espera de melhores dias. As autarquias, solidários com o pequeno comerciante e com a Baixa promove umas acções de rua que se limitam a iluminações de Natal e uns palhacinhos em cima de umas andas, como se fosse isso o suficiente para atrair multidões.
Essencialmente, os centros históricos precisam de gente, precisam de gente a circular e a viver. Será que é preciso fazer um desenho?
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