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Os estudos estatisticos que comparam Portugal e Espanha
08:51 // 0 comentários // Manuel da Gaita // Category: //Os Institutos Nacionais de Estatística de Portugal e Espanha resolveram elaborar um estudo comum denominado “A Península Ibérica em Números” envolvendo diversos indicadores e tendências, num trabalho exaustivo e ilustrador do que se vai passando por aqui e por lá.
No entanto, o mínimo que se pede num estudo elaborado por Institutos de Estatística é o rigor até no nome do caderno: Se é a Península Ibérica em números, porquê incluir a Madeira, os Açores, Ceuta, as ilhas Baleares, as Canárias e Melilla? Que eu saiba, estas regiões, apesar de integrarem o território de Espanha ou Portugal, não estão localizadas na Península Ibérica! Por outro lado, Gibraltar, que faz parte da Península Ibérica, não está incluído neste estudo.
Ok. Trata-se de um pequeno pormenor que em nada afecta ou diminui o estudo, e deve ser lido como “Portugal e Espanha em números”.
Apesar de tudo sou contra estes estudos. Ao compararmo-nos com Espanha saímos muito mal na fotografia e acaba por afectar a nossa auto-estima lusitana. A bem da Nação, só deveriam ser permitidos estudos estatísticos onde de alguma forma fossemos os melhores, por isso, e para elevar o ego sugiro um estudo comparativo entre Portugal e a Albânia ou a Roménia, estudos comparativos com os PALOP´s, etc. Seriam estudos bem mais agradáveis de ler que a comparação com os espanhóis. Já não nos basta termos que ver a população de Valença com bandeiras espanholas, agora também temos que “gramar” com estes estudos.
O estudo começa com duas grandes inabitabilidades: Espanha tem montanhas mais altas e rios mais compridos. Se a serra da Estrela e o Pico parecem anões quando comparados com o Teide nas Canárias ou o Malhucén na Andaluzia, já na questão dos rios, três dos seis maiores acabam por vir morrer a Portugal, ou pelo menos, na fronteira. Quanto às montanhas mais altas nada podemos fazer, serão sempre espanholas a não ser que numa grande fúria lusa ocupemos militarmente algumas regiões de Espanha. Também podemos efectuar trocas mas não sei se os espanhóis irão na conversa.
Neste estudo somos melhores porque consumimos mais energia renovável que os espanhóis e emitimos menos toneladas de CO2 por habitante mas estamos a recuperar. Também deitamos menos lixo nos contentores. Temos menos habitantes mas uma densidade populacional maior, muito embora, desde 1990 que os espanhóis se estão a reproduzir a uma velocidade superior á dos portugueses.
Um pormenor interessante é aquele que nos diz que o abandono escolar em Portugal é superior ao espanhol mas que têm tendência a médio prazo, 5 ou 6 anos, a serem muito semelhantes. No entanto, o abandono escolar em Portugal e em Espanha é o dobro do registado na média da União Europeia. Claro que a malta tem é que trabalhar e com a quarta classe já temos capacidade para chefiar uma equipa de estivadores que descarregam um navio. Curiosamente, o ensino em Portugal privilegia muito mais o ensino de línguas estrangeiras que em Espanha, talvez por isso o espectáculo que nos é oferecido por espanhol sempre que tenta falar inglês. Apesar de tudo, os espanhóis licenciam-se mais em Letras que os portugueses, muito mais interessados em engenharia, saúde e administração.
Agora algo verdadeiramente insólito: apesar da população de Espanha ser mais de quatro vezes superior à portuguesa, Portugal possui mais doutorados que Espanha: 7307 contra 7150 (dados de 2007).
Em termos de saúde, mais 2/3 dos espanhóis acha que está bem ou muito bem servido enquanto nem metade dos portugueses acha o mesmo. Estes dados são de 2007 e temo que a “coisa” não tenha melhorado por aqui de então para cá. Também é certo que os espanhóis gastam mais 50% em saúde por habitante que os portugueses e têm mais médicos por mil habitantes. Talvez por isso vivam em média mais 1200 dias que os portugueses e tenham menos de problemas de saúde.
Se ao “espanto” anterior tivermos em conta que existem muito mais fumadores em Espanha, por cada 100 habitantes, que Portugal, especialmente nas mulheres, então o “espanto” ainda será maior. Milagre? Talvez, porque a a percentagem de mortes derivadas de problemas com o sistema respiratório em Portugal e Espanha é muito semelhante.
Por falar em mortes portuguesas e espanholas: não é estranho que 11% dos portugueses morram por causa de “sintomas, sinais e resultados anormais de exames clínicos e de laboratório” e em Espanha apenas 3%. Estranho, não é?
Nem é melhor falar do rendimento disponível das famílias portuguesas e espanholas porque só dá vontade de chorar aos portugueses. Também o que querem? Se em 2000 um português trabalhava em média mais horas que um espanhol, neste momento a média inverteu-se. Para além demais, somos bastante menos produtivos que os espanhóis. Talvez por que consumamos muito mais vinho e menos leite que os espanhóis.
Mais uma curiosidade: apenas 9% dos empregadores portugueses são licenciados enquanto em Espanha são 28%.
O estudo evolui depois para as diversas regiões espanholas e portuguesas e alguns dados não deixam de ser curiosos: Porque raio, um açoriano consome em média 315 litros de água por dia? É mais que muito, é um exagero sabendo que o pessoal de Navarra apenas consome 128 litros por dia! Mais limpinhos, cheirosos e perfumados? Penso que será um tema a desenvolver num próximo post.
Já tinha falado anteriormente no lixo. Não é por nada mas são nas zonas mais turísticas onde reside o maior lixo por habitante, como é óbvio, pelo número de turistas face ao número de residentes. Só assim se explica que o lixo produzido por habitante seja o quase o dobro no Algarve que na região norte de Portugal.
Outro aspecto interessante é que os espanhóis casam mais que os portugueses, em contrapartida, nós temos mais filhos fora do casamento. A mulher portuguesa até tem filhos um ano mais cedo que a mulher espanhola, mas ninguém bate as mulheres de Ceuta e Melilla, que talvez por estarem no Norte de África, parem que nem umas doidas e têm em média três vezes mais filhos que uma mulher que viva no Centro de Portugal ou nas Astúrias.
No aspecto cultural, digamos que um habitante de Madrid vai quatro vezes por ano ao cinema e um alentejano vai uma vez de três em três anos. Talvez seja derivado do efeito Penélope Cruz versus efeito Maria de Medeiros. De qualquer forma não por irem muito ao cinema que o pessoal de Madrid não deixa de ter o dobro de lares ligados à internet que no Alentejo.
Economicamente, o Pais Vasco é a região mais rica com o rendimento disponível por família a ser 2,5 superior ao Norte de Portugal. Apesar de tudo, as mulheres do Centro de Portugal e de Lisboa são aquelas que mais trabalham. As que menos trabalham são as de Mellina e Ceuta que estão muito entretidas a parir filhos.
Em compensação as vitimas de acidentes de viação são enormes em Melilla, Ceuta e Algarve. Aquela 125 é um cabo dos trabalhos.
O mais chato no meio destas estatísticas é que em média, um espanhol vive cerca de mais 1200 dias que um português. Já não nos basta sermos mais pobres, ainda temos que viver menos 1200 dias.
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