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Ser optimista em relação aos portugueses
01:49 // 0 comentários // Manuel da Gaita // Category: //Se me perguntarem se estou optimista em relação ao futuro de Portugal e dos portugueses, e nesse aspecto vamos um pouco mais além que 2009, 2010, 2011 ou 2012, estupidamente direi que sim.
Não sei porquê, tanto mais que não existe razão nenhuma que me assista, mas se eu não confiar nos portugueses ou em Portugal e na sua capacidade de dar a volta por cima a qualquer desafio que se depare, em quem é que eu vou confiar? Nos chineses ou nos franceses? Nos italianos ou brasileiros? Decidi que prefiro confiar nos meus amigos, nos meus vizinhos, nos meus colegas de trabalho, em pessoas que nem sequer conheço mas que somos unidos pela nacionalidade e até confesso que nem sou grande nacionalista.
Podemos não ser melhores que outros povos, mas não somos piores. Piores não somos certamente e o destino não bate assim. Talvez nos falte um livro de “auto ajuda” para nos auxiliar a ultrapassar o facto de sermos portugueses e não sabermos lidar com esse facto, tamanha é a responsabilidade.
Sou estupidamente optimista contínuo a acreditar em Portugal e nos portugueses e no futuro comum. Custa-me admitir o contrário.
Talvez daqui a umas centenas de anos os portugueses sejam uma mistura entre africanos e cidadãos de leste, já que é evidente a incapacidade dos portugueses em procriarem. Provavelmente a língua portuguesa será um resquício do passado, passará a ser algo etnográfico, uma curiosidade histórica e os portugueses falarão inglês e castelhano. Tenho dúvidas que os nossos descendentes estejam convertidos ao Islão, mas se for assim, então a sociedade não evoluiu. Mas nessa altura já não estarei cá para conferir.
Nós, portugueses, já demonstramos ao longo do tempo alguma capacidade de superarmos o que é muito adverso, uma naçãozita que não representa mais do que uma curiosidade estatística demos novos mundos ao mundo, temos a Teresa Guilherme que só por si é capaz de arreliar meio mundo, e um Primeiro-Ministro que não perde uma oportunidade de vender Magalhães e correr em calçadões estrangeiros. Podia ser melhor, pois podia, mas já não é mau.
Temos a capacidade de nos chatearmos a sério quando a mostarda nos chega ao nariz, e recordo que exceptuando os últimos 33 anos, somos danados por andar à porrada por estes quatro cantos do mundo. Muitas das vezes sem motivo aparente, mas apenas porque nos está na natureza.
Temos a capacidade de assumirmos que não estamos bem, e isso é um primeiro passo para a mudança. Arreliamo-nos por haverem 30 países mais ricos que Portugal, mas desdenhamos todos os outros 170 países que invejam o nosso nível de vida.
Temos heróis e exemplos, alguns muito mais próximos de nós do que julgamos. Temos ambições e vontade.
Talvez não tenhamos petróleo, ouro, terrenos férteis, mas temos algo que todos os outros invejam: gente com vontade!
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