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As offshores
04:05 // 0 comentários // Manuel da Gaita // Category: //Há muitos, muitos anos atrás, alguns países acharam que a melhor forma de desenvolverem as suas economias era não cobrarem impostos às empresas, ou pelo menos, a fazê-lo, seria de forma simbólica. Dito e feito, alguns grandes potentados económicos e financeiros estabeleceram-se nesses países, ou na melhor das hipóteses, faziam lá os seus grandes negócios.
Já que pagavam poucos impostos mas movimentavam imenso dinheiro, era necessário também assegurar que houvesse sigilo. Xiuuuuuuu... Esses espaços eram excelentes para se efectuarem lucrativos negócios, para lavar dinheiro proveniente de actividades ilegais, e ainda, tudo em segredo e a pagarem poucos impostos.
Os dirigentes dos países ricos e democráticos ficaram chateados e retaliaram constituindo nos seus territórios zonas onde se podiam fazer as mesmas trafulhices. E em vez de chamarem a essas zonas “Espaços onde se trafulha de forma legal”, optaram por lhes designar de offshore. Claro que as offshore são para pessoas e empresas ricas, e não para nós, pelintras de classe média.
Claro que todos os países possuem uma ou mais zonas de offshore, e de repente, lembro-me que Portugal possui dois, sendo o segundo a ilha de Santa Maria nos Açores, mas que se encontra em banho-maria.
No entanto os offshores são classificados entre hostis e amigos, dependendo se estão ou não fora do controlo de quem os classifica, como se houvessem offshores bons ou formas mais dignas de lavar dinheiro e não pagar impostos.
A “coisa” corria razoavelmente bem até ao dia em que o mundo acordou com uma crise económica e financeiras, e entre medidas e mais medidas, algumas delas que se vieram a revelar completamente disparatadas, os políticos ficaram assanhados e manifestaram o desejo de acabarem com os offsores.
Uma afirmação politicamente correcta mas que não resultará em nada. Essencialmente, as offshores foram criação dos políticos enquanto legisladores, e se existem, a eles se deve, não apareceram do acaso. Criaram um monstro, ou melhor, vários monstros e agora não sabem o que lhe hão-de fazer, nem sabem como os matar, ou se as querem matar.
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Fonte: INE
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