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Não nos obriguem a vir para a rua gritar
04:20 // 0 comentários // Manuel da Gaita // Category: //Não consigo deixar de compreender quem ficou no desemprego, que perdeu a casa para os bancos, o carro para outros credores e deixou de poder dar uma educação digna aos filhos, não vá para a rua gritar, porque na rua, já ele está.
Um dos maiores medos dos políticos é a instabilidade social resultante da instabilidade politica, económica e financeira, porque, normalmente antecipam golpes políticos. E a história de Portugal está recheada de casos desses.
Calma que não estou a insinuar que irão acontecer novas “Marias da Fonte”, tanto mais que prognósticos só os faço em finais de Dezembro deste ano. Apenas afirmo que estão criadas as condições, que o rastilho para o barril de pólvora já está estendido e só falta saber quem o vai acender.
A ideia não é nova nem é minha, e do que tenho lido e falado com algumas pessoas há imensas pessoas a pensarem que efectivamente vão acontecer brevemente convulsões sociais bastante graves.
O Presidente da República no seu discurso de Ano Novo de 2009, que por acaso até considero bom e oportuno, afirmou que é necessário trabalhar mais. Muito embora, pense eu, que os recém desempregados também gostassem de trabalhar. E não nos podemos esquecer que os países com mais desempregados, são aqueles onde existem mais revoltas populares.
A classe politica, independentemente do mérito ou desméritos de cada um dos políticos, perdeu a credibilidade. Não sou daqueles que os políticos são todos maus, porque até conheço pessoalmente alguns muito bons, mas, até o Mário Nogueira consegue mobilizar mais gente recorrendo apenas a uma classe profissional. E em tempo de crise, existem vários potenciais “Mários Nogueiras” sem necessariamente serem democratas ou de esquerda.
O fosso entre ricos e pobres agravou-se em Portugal, e surgem agora os novos pobres vindos de uma classe média que até há pouco tempo pensava que as suas condições de vida não poderiam piorar. Só que piorou e as perspectivas futuras não são nada animadoras.
A protecção financeira dada aos banqueiros, e não só protecção financeira mas também do status, cai muito mal num país onde se paga cada vez mais impostos e se obtém cada vez menos serviços e protecção do Estado. E não foi com os empréstimos à habitação e às PME´s que os bancos perderam dinheiro, foram em investimentos gananciosos de elevado risco.
Entre o apoio ao dinheiro ou o apoio aos sectores produtivos, os Estados de todo o mundo estão canalizar a grande parte dos seus recursos para o dinheiro, com se fosse uma excelente situação as pessoas continuarem a ter dinheiro para gastar mas não terem alimentos para comprar. De que me vale que o Estado, com o dinheiro dos contribuintes, assegure que os meus depósitos a prazo estão garantidos se o sector produtivo faliu? O que é que eu vou comprar? Nada! O Estado comprou por mim, comprou Dívida Pública.
É o clima de impunidade que gozam aqueles que cometem o pequeno, o grande e o médio crime. São situações de abuso de confiança, compadrio e peculato que apesar de denunciadas, ficam por apurar e julgar. É a sensação que por detrás de cada enriquecimento da noite para o dia existe um crime. É a impressão que apenas chega ao conhecimento público uma pequena parte deste massacre contra o património geral.
Não, a culpa não é exclusiva de José Sócrates e talvez ele até seja o menos culpado desta crise. São o acumular de situações com causas endógenas e exógenas e com responsabilidades difíceis de atribuir. Cada um valoriza de forma diferente as causas e as responsabilidades, mas o resultado final é sempre o mesmo.
Mas mesmo numa situação de crise mundial, nada justifica que os índices portugueses relativamente a outros países continue a piorar, e que sejamos sistematicamente ultrapassados por outras nações em termos de desenvolvimento humano e social. Por isso não me venham com a “treta” que Portugal poderia estar pior.
É o nosso país servir de coutada a empresas monopolistas por acordo com o Estado enquanto as PME portuguesas fecham as portas.
Por isso acabo como comecei: se um grupo de revoltados vier para a rua desafiando a autoridade do Estado, compreenderei os motivos embora não aplauda a atitude, mas apesar de tudo, parafraseando Mário Soares, “é legitimo o direito à indignação”
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